CAMINHOS

Nanquim sobre papel.
O caminho é este: siga no sentido bairro até o encontro das cinco ruas; lá, pegue a segunda saída à esquerda; não pare até chegar à Praça da Logosofia, seja lá o que isso for. Ou, pode optar por virar a primeira à esquerda; a seguinte, à direita e seguir a rua até seu destino. Não entendo o que tenho contra o primeiro caminho. Claro, não é tão simples quanto o segundo, mas injeta uma emoção incrível, quase violenta a quem o vê… Talvez seja medo. Medo de tantos buracos no asfalto, de tantas pedras perdidas no meio das folhas derrubadas pelo vento, de ser esmagado pelos carros que quase nos acompanham na finura dessas ruas, de me deixar levar pelos encantos desse caminho mais longo. Talvez. Não sei.
Também não sei se prefiro o tal do segundo caminho; vejo tantas desvantagens nele… Não crescem nele frondosas árvores frescas e protetoras. Também sinto falta de calçadas. E os carros, que nunca deixam de jogar uma fumaça de escuridão que estrangula o ar. São tantos os problemas desse segundo caminho… Por que eu escolhi gostar dele?
Afinal, escolhi? Se meu coração só faz o primeiro caminho, por que andei pelo outro?
Por qual seguir? Como saber? Mas...

...será que têm o mesmo destino?